13 de dezembro de 2007

Não custa tentar....

Bem, a criançada toda o faz, e eu, como tenho um espírito muito jovem também o decidi fazer.
Este ano vou escrever ao Pai Natal uma carta com o meu pedido... sim eu só tenho um pedido, não peço muito. Deixo o meu pedido aqui em público, não vá alguém querer poupar o Pai Natal desse trabalho:

Aqui está uma foto do meu pedido:




Bem, a cor não é a favorita, mas se vier assim já não me queixo, não sou esquisito.
Para quem não o está a reconhecer, trata-se do Porsche Cayman.
Quanto à mulher não é preciso, pois para gastar dinheiro... o carro chega! :P

10 de dezembro de 2007

Thank God is Christmas…

Bem, não sei se é da elevadíssima carga de trabalho que tenho andado sujeito nos últimos tempos se é deste tempo primaveril mas eu só me apercebi que estamos praticamente no Natal quando ontem (Domingo) fui obrigado a entrar dentro de um centro comercial lisboeta! Bem há outros indícios que me fizeram suspeitar de tal. Reparei que na minha sala de estar, já se encontra feita a árvore de Natal, mas como o meu tempo é dispendido na minha secretaria ou na faculdade, nem hipótese tive de apreciar a obra de arte da minha mãe. Também um sinal bem característico é a volumosa quantidade de caixas de chocolate que gentilmente oferecem à minha mãe e que começam a empilhar por todo lado da casa. Para mim é um desgosto não gostar de chocolate, pois dizem que satisfaz algumas carências afectivas, e neste momento o que não me falta aqui em casa é mesmo chocolate… e carências…

Apesar, deste ano, o natal estar algo distante do meu pensamento, continuo a ser um apaixonado por esta época, não pelo que me está reservado debaixo da árvore, mas sim pela união festiva gerada em torno desses dias em minha casa. Posso dizer que sou um tradicionalista/conservador, pois sou daqueles que não dispensa o bacalhau cozido, com couves regadas com azeite e alho, bacalhau este comido numa mesa grande, repleta de família e alguns amigos. Claro que também não dispenso a madeira a ser consumida na lareira. Fundamental, também, é a reunião geral em volta da árvore e ver a magia surgir nos olhos do membro mais novo da família, enquanto rasga os embrulhos…

São estes momentos, entre outros, que me fazem sonhar nesta quadra, mas… é Natal…

É Natal, mas o homem teima em continuar a olhar para o seu umbigo. Este fim-de-semana houve em Lisboa a cimeira dos líderes europeus e africanos. Tenho que confessar que a pose e opulência de alguns dos líderes africanos deixou-me um pouco enjoado. Vestes espampanantes, adereços cravados de jóias e ouro e uma pose de elevada altivez fazia contrastar com as reportagens dos milhares de pessoas que todos os anos morrem à fome, de tuberculose e de SIDA naquele mal afamado continente. A miséria tão bem contrastada pelas comitivas africanas. Tiranos que subjugam os seus povos para que eles possam nadar em riquezas, tiranos que vêem acontecer genocídios como o de Darfur e nada fazem. Se alguns deles tivessem petróleo, já lá tinham os EUA em cima a reivindicar os direitos humanos…

Mas nós, pouco podemos fazer daqui, até porque aqui mesmo, onde moramos, acontecem coisas que nos deixam chocados…

Este fim-de-semana, enquanto me actualizava sobre as notícias, ouvi uma que me deixou sem capacidade de reacção. Um armazém de alimentos, roupas e brinquedos para sem-abrigo havia sido assaltado! Pergunto-me, que humano foi capaz de roubar a comida daqueles que não tem que comer? Que humano foi capaz de roubar a roupa daqueles que não tem que vestir? É por demais cruel para ser verdade… roubaram o que os outros deram por caridade, roubaram bolachas, batatas, farinhas… roubaram todas as peças de roupa novas e brinquedos novos, deixando apenas aquilo que havia sido usado. Tamanha malvadez só poderá ter sido cometida por animais sem qualquer sentimento.

Há quem possa argumentar que isso são actos de “pessoas” isoladas, mas este fim-de-semana, ao entrar no centro comercial, vi uma senhora de idade pedindo que lhe pagassem um galão ou uma torrada, que estava cheia de fome, mas as pessoas passavam por ela com as mãos demasiado ocupadas, com os sacos de compras, para tirar uma moeda … tinham os olhos demasiado ocupados, nas opulêntes e extravagantes montras, para reparar em tal senhora…

O Natal até pode ser quando o homem quiser…mas se for para ter este espírito, um dia já é demais… (Ao menos temos a maior árvore de Natal da Europa e um dos maiores índices de pobreza)

… Mas ainda bem que é Natal… ainda vai havendo quem faça generosidade, vai havendo quem compartilhe as poucas moedas que sobejam no bolso, há ainda quem olhe para este época como uma época de paz e solidariedade, há quem veja o Natal sem ser uma quadra de consumismo.

Thank God is Christmas…

28 de novembro de 2007

I can't forget!

Ultimamente tenho-me esquecido tanto disto que tive que colar um Post-it na minha parede!

Diz-me!

Diz-me!
Diz-me que dia é hoje! Para variar estou perdido e só tu para me deixares mais desorientado
Diz-me que horas são! Estou atrasado para viver e tu pareces querer-me fazer mais lento.
Diz-me que lugar é este! Quatro paredes pintadas de vazio que tu não queres preencher.
Diz-me com o que sonhas! São ternos momentos ou são ardores reais?
Diz-me onde vais e se me levas contigo!
Diz-me se me viste, hoje, de olhos fechados!
Diz-me qualquer coisa!
Diz-me quem sou eu! Sabes bem que não sou aquilo que tu julgas que sou.
Diz-me quem és tu! Não sei porque mas para esta acho que não tens palavras para esta.
Porque não me dizes o que tanto te agonia a garganta? É teimosia? Tantas vezes, tantos dias, por causa de tantas teimosas, perdemos a oportunidade de ver de outra maneira o que nos rodeia.
Porque não vês que tanto repúdio, tanto desdém é porque há algo preso dentro de mim?
Diz-me se ainda me reconhecerias se me visses!
Diz-me se há em ti, vontade de te perderes em mim!
Diz-me se sentes a minha falta quando me deixas!
Diz-me tudo o que queres dizer, tudo o que de bom e de pior, por mim tiveres dentro de ti!
Diz-me que não ficas calada!
Diz-me!

26 de novembro de 2007

Cold Night... Hot Tea, Hot Jazz!

Há para todos os gostos! Há os que vêm da Pérsia, outros da Índia e até da China, como dizia a publicidade. Há os mais intensos, mais suaves, exóticos ou clássicos, de frutos ou de ervas. Há aqueles com características medicinais, há outros com características relaxantes. Há pretos, vermelhos, verdes e muitas outras cores, há dietéticos mas todos eles são diuréticos. Os frios, refrescam-nos o corpo nos dias quentes de verão, os quentes, por seu lado em dias de Outono e Inverno, aquecem-nos as mãos, o corpo, o coração e se soubermos aproveitar bem o momento... aquecem-nos também a alma. Há quem o beba com açúcar, há quem goste dele frio… eu gosto dele sem açúcar e prefiro-o bem quentinho. Há uma variedade quase infinita, mas atenção as imitações…

Assumo peremptoriamente que sou um viciado em chá, e hoje escolhi uma infusão de frutos do bosque para me fazer companhia no sofá, junto da minha lareira onde a madeira não pára a crepitar, agarrado ao meu cobertor mega fofinho, a ouvir um belo som instrumental em tons de Jazz, pensando que filme vou escolher para terminar a noite!

Viva o fogo nas lareiras, viva os sofás confortáveis, viva os cobertores macios, o chá bem quentinho, a boa música e os bons filmes. Só falta a companhia, mas não se pode ter tudo…

Já precisava de um fim de dia assim!

(Já agora viva as pipocas caseiras que fui fazer há última da hora…)

19 de novembro de 2007

O melhor amigo do homem.

Há uma questão que ficou retida na minha mente. Será a tristeza contagiosa?

Hoje cheguei a casa mais cedo que esperava e aproveitando isso fui tratar da bicharada da casa. Deixei para último a minha “menina”. Já quase há 5 dias que mal a via e hoje tinha a hipótese de estar um pouco de tempo com ela. Claro que não foi preciso eu descer as escadas todas até ao quintal para ela começar aos saltos e a ladrar.

O dia havia me corrido muito mal e não estava com grande ânimo e ela assim que me viu chegar, calou-se e ficou sentada. Fiquei com a sensação que ela percebera que hoje eu não estava, de todo, naqueles dias, toda a sua explosividade ficara contida nela. Chegou-se a mim e aninhou-se a meus pés como um olhar que metia dó a qualquer um. Então ali fiquei eu a passar-lhe a mão pelo pêlo macio. Ficamos os dois ali quietos como que a confortarmo-nos mutuamente, num silêncio de cumplicidade. Eu sei que parece estúpido pensar isto, pois ela é um animal, uma cadela, mas ninguém me tira da cabeça que os animais são capazes de sentir o que sentimos, que nos conseguem entender. Foi como um desabafo, um grito mudo, foi bom tê-la ali para ouvir aquilo que eu queria dizer e não podia.

Realmente, quanto mais conheço as pessoas mais gosto da minha cadela.

18 de novembro de 2007

Está frio lá fora.

Apesar do belo dia que esteve, a noite chegou fria para nos fazer chegar aos cobertores, para nos fazer apertar a escaldante chávena de chá. Hoje optei por um chá de cidreira para me fazer um pouco de companhia.

O vapor que emerge da chávena vai embaciando um pouco o vidro da minha varanda. Lá fora está escuro, a lua está alta no céu limpo. Sinto um arrepio e uma vontade ainda maior de me embrulhar no pequeno cobertor, sim o Outono já chegou… mas acho que são as luzes dos efeitos de natal que algumas casas começam a ostentar, que me faz ver que já estamos em pleno Novembro.

O meu dia começara tarde. Não sei porquê mas hoje levantei-me tarde. Acho que o cansaço esbateu-se me mim depois de tantos dias a estudar a fundo. O dia já ia alto e dessa forma eu comprometi a minha agenda. Lembro-me que me tinha comprometido a mim mesmo a arrumar o meu quarto e escritório, mas agora, olhando para trás, vejo que nem a cama fiz…

Sai de casa antes de almoço com a consciência pesada, pois a minha lide doméstica havia ficado em suspenso por tempo indefinido, mas também acabei por não dar muita importância a isso, hoje isso para mim não fazia qualquer sentido.

Senti uma extrema necessidade de adrenalina e acabei por aceitar um desafio para um passei de Todo-o-Terreno. Pelo menos foram umas horas da tarde onde a concentração, a adrenalina e o regozijo subjugaram as minhas preocupações.

Agora, de chá na mão percebo que nem jantei… hoje nem vontade para isso tive. Entendi também que já a mais de uma hora que estou dentro do meu quarto, ora observando a janela, ora observando as fotografias. Percebi agora que esta semana foi muito especial, foi uma semana de grande aprendizagem, de grande companheirismo, de a grande entrega pessoal, uma semana de muito estudo, onde revi grandes amizades, reencontrei caras familiares, onde pontos de vista diferentes foram discutidos em bom tom, onde apreendi que por todo lado existe alguém que gosta de falar comigo, que gosta de estar comigo. Foi uma semana que eu classifico de muito positiva… como não tinha há muito, muito tempo, principalmente ontem, sexta e quinta, mas há sempre um mas, nunca nada é perfeito…

Eu ainda não consigo tirar os olhos de Lisboa por saber que estas ali, daquele lugar que eu consigo ver daqui. Continuas cá dentro de mim, enaltecendo um pequeno ardor que a ironia da vida colocou em mim.

Não há nada mais que possa fazer senão te ver desta distância, dentro do meu quarto, porque está frio lá fora e eu prefiro ficar aqui no meu cantinho.

13 de novembro de 2007

Este Sentimento.

Este sentimento… este meu fado, tão vivido, tão magoado.

Este sentimento desgovernado, marcado a fogo e calcado em funda melancolia.

Este sentimento dilacerado, que noite e dia, me arrebata e me agonia.

Este sentimento desenganado, de saudades desmazelado, enche-me a vida vazia.

Este sentimento alucinado, que me desvaria entre o luto e a alegria.

Este sentimento sendo assim tão desencontrado, este meu sentimento desesperado, que por outro sentimento meu, eu escreveria?

9 de novembro de 2007

Altura dos "Porquês"! (Parte IV)

Porque é que, por vezes, as lágirmas caiem-nos do rosto quando perdemos algo que não podemos repor.
Porque é que me sinto triste sempre que me comprometo a aprender com os meus erros.
Porque é que se nunca tentarmos, nunca o saberemos.
Porque é que, por vezes, nos sentimos tão cansados que nem conseguimos adormecer.
Porque é que recebe menos quem mais tem para dar.
Porque é que nem sempre somos bem sucedidos, quando damos o nosso melhor.
Porque é que nunca duvidamos daquilo que achamos ter certeza.
Porque é que tenho tudo o quero, mas não o que preciso.
Porque é que mais conheço as pessoas mais gosto da minha cadela.
Porque é que o grande medo das pessoas é a mudança.
Porque é que me sinto a desperdiçar a minha juventude...

5 de novembro de 2007

Poeira Azul.

Os teus olhos são como negras aranhas que tecem fitas pelo teu cabelo e pelo teu vestido. Em mim tecem desesperos e incoerências.

Pedi-te para voltares atrás naquele minuto. Nunca estivemos tão perto do sol tal como quando Ícaro fugia do labirinto. Lenta ascensão, vertiginosa queda e um arrepio quando os lábios se encontraram.

Queria partilhar tudo contigo… aquela poeira azul que distorcia todo o ambiente que nos cercava, aquele ribombar que ecoava no meu peito, aquele sabor que a minha boca parecia estar a sentir… tudo isto enquanto tropeçávamos juntos pelos olhares da multidão. Eles pareciam querer nos ignorar, mas não havia mal, pois eu sentia-me cheio de orgulho por ser aquilo que desejavas… nem que fosse só naquele momento.

Pálida pele, olhar estrelado, movimentos delicados, um sorriso estonteante… tudo isto se consumia em mim.

Então voltei a pedir-te para voltares atrás naquele minuto. Nunca me senti tão perto da morte e tão vivo ao mesmo tempo.

Queria partilhar tudo contigo… toda aquela poeira azul…

31 de outubro de 2007

Uma trajectória.

Pelos paralelos sujos e gastos, eu caminhava. Um trajecto, uma rotina tão normal como o respirar. Parece que o tempo não passa por ali. O louco está sempre na mesma esquina, falando alto para as pessoas que passam como que a partilhar os seus pensamentos insanos, mas que é a insanidade? Que parâmetros definem o que é ou não é insano? A mim parece-me tão ténue a barreira que delimita a loucura da sensatez.

O breu dos túneis mostra-me uma face reflectida no vidro, uma face distorcida pelas outras luzes que estão na carruagem, uma face triste, a minha face.

Já na superfície o sol batia-me na cara enquanto um pensamento batia na minha cabeça.

Não sei se foi pelo embalo do sol ou pelo sabor amargo que residia na minha boca por todas as palavras que proferi que foram contra aquilo que a minha mente queria dizer, mas percebi que não há no mundo uma lei que possa condenar alguém que a um outro alguém deixou de amar. Estava patente a minha desgraça, o meu reconhecimento de um erro… não adiantou em nada fugir, pois o bicho já me havia apanhado. Agora resta-me pouco a fazer senão retroceder tanto o quanto for possível. Há que minimizar os danos e olhar em frente…

Hoje o dia está bonito, quem sabe perfeito para isso…

29 de outubro de 2007

Altura dos “Porquês”! (Parte III)

Porque é que, por vezes, um “Amo-te” dói mais que um “Odeio-te”?
Porque é que não podemos escolher de quem queremos gostar?
Porque é que, mesmo sabendo que o sonho se vai tornar num pesadelo, queremos continuar a sonhar?
Porque é que tudo o que sobe desce, mas nem tudo o que desce sobe?
Porque é que há alturas em que cremos naquilo que negamos uma vida toda?
Porque é que há sempre um “mas” e um "senão"?
Porque é que estamos em Outubro e parece que a primavera acabou de chegar?

26 de outubro de 2007

X-files ao estilo português.

Não é segredo nenhum que eu sou um adepto de futebol, o que torna óbvio que vejo muitos jogos na televisão. Também não é segredo que os comentadores têm saídas fantásticas durante os relatos, mas eu decidi focar-me numa observação que dramaticamente se tornou num cliché, “A relva está molhada, e a bola ao bater nela acaba por ganhar velocidade”. Isto é repetido sempre que chove e por todos os comentadores.

Eu acho que era de chamar a atenção aos júris dos Prémios Nobel pois estamos perante um fenómeno que contraria uma das principais leis fundamentais da física, e documentado pelos nossos melhores narradores de futebol. O Sir Isaac Newton deve dar três voltas no seu túmulo sempre que isto é dito!

Não seria mais correcto dizer que “a bola não perde tanta velocidade”, em vez de “a bola ganha velocidade”?

Seria engraçado, bastaria construirmos uma extensão grande de relva, esperar que chovesse para chutarmos a bola e observarmo-la a ganhar velocidade até atingir a velocidade da luz… será que não é óbvio que se a bola pára é porque não está a ganhar velocidade?

O segundo caso tem contornos mais graves…

Um belo dia, numa aula de uma cadeira de física, na minha faculdade, um professor de elevado estatuto curricular tem esta saída; “…isto acontece quando aquecemos a temperatura…”.

Não sei porquê, mas imaginei-me logo a pegar num quilo de temperatura, a coloca-la numa panela, a ligar o lume na esperança de ver tal fenómeno de aquecer a temperatura. O fantástico foi ele ter repetido três vezes a mesma frase, até que eu desisti de tentar entender o que ele estava a tentar mostrar… Será que ele queria dizer; “…isto acontece quando aumentamos a temperatura…”?

Enfim… tantos talentos perdidos por este país… verdadeiros Einstein’s e Newton’s portugueses…

15 de outubro de 2007

Fotografia

Foi quando cheguei do banho que me apercebi que o meu quarto precisava de uma boa limpeza. Achei que não era tarde, nem era cedo, e armei-me, até aos dentes, com objectos de limpeza.
Enquanto limpava as mais profundas entranhas do meu cantinho, que esbarrei com uma caixa. O pó fazia notar que havia passado muito tempo desde que tinha sido aberta pela última vez. Depois de remover a poeira, sentei-me na minha secretária e coloquei aquele pequeno objecto a minha frente. Era, obviamente, uma caixa mais pesada do que parecia ser, devido ao peso das memórias nela contida.
Fiquei a contempla-la por uns instantes, antes mesmo de abrir, e quando finalmente decidi fazê-lo, vi um monte de doces recordações que se foram acumulando em fotografias.
Não foi preciso muito para achar uma fotografia em particular…

Eu, tu… nós dois… naquele terraço à beira-rio, o sol ia caindo e o teu olha parecia acompanhar a cor do rio. Parecia que não queríamos ir embora. A tarde caía e ia se desfazendo em milhares de cores até ao escurecer. O sol já tinha caído sobre a outra margem… era um final de tarde quente, como só o verão nos proporciona. Era tudo perfeito.
Era só eu, tu… nós dois… sozinhos naquele bar, a meia-luz, iluminados pela lua que se erguia bem alto, a conversa, que era sempre agradável, parecia ter sempre assunto. Era tudo tão perfeito…

Enquanto contemplava a tua fotografia daquela tarde, havia uma suave melodia a fluir do meu rádio, fazendo-me ver que há sempre uma canção para aquela velha história de um desejo que, quase, todas as canções tem para contar, de um desejo daquele beijo… aquele beijo que tantas vezes tocamos…

Era tudo perfeito… demasiado perfeito…

9 de outubro de 2007

Uma lágrima!

Estava a ver que a noite não chegava. Hoje, esperei ansiosamente, por esta hora. Estou exausto… estou extenuado, mas finalmente chegou a hora de eu deitar a minha cabeça debaixo da almofada, deixar cair a minha máscara de corajoso e chorar… chorar…

Chegou a hora de ser invejoso e egoísta e pensar só em mim enquanto choro…

O silêncio do meu quarto é frio, por isso vou ter que me esconder debaixo dos meus lençóis para que o meu pranto não ecoe pela casa. Não quero que mais ninguém saiba o que faço… não quero que ninguém me veja derramando o sal.

Estou cansado, estou extenuado… e choro… muito…

8 de outubro de 2007

Uma curta do Tim!


Tim Burton, e o seu grande talento!

Muito boa curta!

Faz me lembrar alguem :S

Saudades do Futuro.

Há algo no horizonte!

São pássaros animados pelo anúncio de mais uma amena tarde outonal!

Sinto o meu espírito solidário com a alegria deles!

Outono…

Uma estação onde a mudança está implícita. As árvores dão ordem as suas folhagens para trocar o verde resplandecente, pelo castanho velho, mas eu ainda continuo na mesma, com a minha solidão compulsiva. Mais uma vez, encontro-me fechado no meu cantinho, ouvindo melodias sem voz que embalam os meus sonhos, que fazem a minha alma dançar uma valsa em Si, que emancipam a minha dor num tom em Dó menor.

A dança continua, mas eu permaneço, aqui sentado, nesta cadeira onde deixo os meus olhos se fecharem para que também eles possam sonhar. O meu tacto sente o calor que trespassa o vidro da minha janela; a minha audição capta as vibrações que flutuam pelo meu quarto; o meu olfacto sente o sabor flagrante de mudança que se encontra no ar; já o paladar, por sua vez, sente o odor adocicado que o sol propaga lá no alto.

Continuo parado, mas isso é só uma questão de perspectiva, pois dentro de mim corre um contemplamento superior, que me confronta numa antítese, fazendo todo o meu corpo estremecer. Será um arrepio? Acho que os outros chamam-lhe de ânsia de viver, mas eu chamo-lhe apenas de Saudades do Amanhã!

7 de outubro de 2007

Talvez, um dia, tudo faça sentido!

Embalado por baladas que fazem a melancolia mais profunda despertar, deambulo pelo meu quarto. Reparo que as paredes já não são mais brancas e pergunto-me quando terão elas mudado de cor. Terá sido no verão ou foi no defeso da minha dor? Não sei, mas contudo, nelas permanecem as mesmas memórias, os mesmos reflexos de acontecimentos que não mais voltaram a acontecer.

Estou triste, há mais que muitas razões para me sentir assim, mas algumas delas não merecem sequer uma palavra proferida.

Tenho um nó no estômago, não sei o que se passa com tempo, parece que parou! Estou em casa sem vontade de sair, de falar, de estar com quem quer que seja. Encontro-me perdido, completamente à deriva. Tudo que consigo manifestar é que nunca mais quero confiar em ninguém, nunca mais me quero entregar a ninguém, nunca mais quero saber de ninguém, nunca mais quero conhecer ninguém. As pessoas não merecem a minha confiança, a minha amizade e amor, as pessoas são falsas. Já a sabedoria popular diz: Mais vale só, que mal acompanhado; e é nisto que me vou refugiar!

Desculpem os demais, mas é inevitável não sentir isto…

Só quero estar fechado nesta minha conchinha, agora com paredes pintadas de azul celeste e bege, quero construir aqui o meu mundinho… sozinho…

6 de outubro de 2007

Altura dos "Porquês"! (Parte II)

Porque é que inventaram o voto de confiança se ninguém o aproveita quando lhe é dado?
Porque é que as pessoas não percebem que a mentira tem perna curta?
Porque é que as pessoas tem apenas uma amplitude de visão do tamanho do próprio umbigo?
Porque é que quem semeia ventos, não percebe que pode colher tornados?
Porque é que, eu não tenho sorte, nem ao amor nem ao jogo?
Porque é que, um pouco a mais de álcool, dá dores de cabeça no dia seguinte?

Ontem foi um dia de muitas emoções, desilusões e azar no Poker!
Ainda estou a tentar perceber quem é o verdadeiro culpado pela minha dor de cabeça; Se é as Caipirinhas, os Martinis, o Whiskey, os Favaítos ou a cerveja...
Tenho que reorganizar as minhas ideias, mas hoje não...

2 de outubro de 2007

Humanamente falando, ou escrevendo.

Assumo, desde já, a minha meia-culpa e a minha máxima desculpa de um algo que não cometi, contudo é certo que se, antes de cada acto nosso, nos fosse permitido prever as consequências dele; primeiro as imediatas seguidas das prováveis, depois as possíveis e por fim as imagináveis, é certo e sabido que não nos mexeríamos do local onde o primeiro pensamento nos fizesse parar!

Quero crer que, tanto os bons como os maus resultados dos nossos feitos, se distribuem uniformemente por todos os dias do nosso futuro, incluindo aqueles dias longínquos, em que já não estaremos cá para poder comprová-los, para nos felicitarem ou então para pedirmos perdão! Esta é que poderá ser a tão falada imortalidade.

Hoje, este cliché não me saiu da cabeça; Desculpas não se pedem, evitam-se.

E os erros também se podem evitar?